Andando atrás no tempo até este dia, 9 de Junho mas no ano de 2009, foi o dia em que finalmente íamos saber o resultado do nosso 1º tratamento de infertilidade! O tão aguardado teste de gravidez depois de 1 mês de picas e de 15 dias de repouso absoluto.
Passei grande parte do dia a olhar para o relógio a ver as horas a passar lentamente...começámos a ligar para para saber o resultado na hora combinada, mas nunca conseguimos que atendessem a nossa chamada... eram quase 18h, quando a caminho de casa nos ligaram a dizer que ainda não tinha sido desta...
Tão difícil como aceitar este resultado é ter que dar a noticia aos nossos familiares e amigos e ouvir todas as palavras de força que nos dão... naquela altura não queremos ouvir que vai ficar tudo bem, que vamos conseguir para a próxima, que temos que ser fortes e não podemos deixar que isto nos faça querer desistir.
A verdade é que nesta altura questionamos tudo... e que desistir me passou pela cabeça.
Ser mãe sempre fez parte dos meus planos...mas nunca me "vi" gravida. Para mim ser mãe seria através da adopção. Não fazia sentido trazer mais uma criança ao mundo, quando existem tantas crianças abandonadas em instituições e que a única coisa que querem é um PAI e uma MÃE!
E foi consciente disto e seguindo aquilo em que acredito... que no verão desse mesmo ano demos inicio aos nossos processos de adopção nacional e internacional.
E 2 anos depois, no dia 9 de Junho de 2011 na mesma hora em que fiz o teste de gravidez, fomos buscar as nossas filhas!
Não acredito em coincidências, mas há coisas que me fazem pensar que tudo acontece por um motivo... e se para receber tudo o que me está destinado tiver que passar por estas experiências menos boas, então que assim seja....pois apesar de tudo o que senti quando soube que o tratamento não tinha resultado, a verdade é que isso me fez ver que me estava a desviar do meu objectivo...e talvez tivessemos acabado por desistir do processo de adopção se tivesse engravidado...e hoje não consigo imaginar como seria a nossa vida sem estas meninas, as nossas filhas. As filhas que nunca senti a crescer dentro de mim, que não vi nascer, que não vi quando deram o 1º passo ou o 1º dente, a 1ª palavra... mas que a cada dia que passa mais acredito que tinham que ser nossas filhas :)
O mesmo dia em anos diferentes, 2 momentos marcantes...será coincidência?
Não sei o que pensar, mas a verdade é que já passou um ano desde que sou mãe... e apesar de tirar uma lição de tudo o que me acontece, apenas me preocupo em viver o presente! Um dia de cada vez e dar sempre o meu melhor para que as minhas filhas nunca duvidem do quanto gostamos delas ... porque vê-las a sorrir e saber que elas são Felizes é das melhores coisas do mundo(pelo menos do meu mundo)....
Não vos conheço mas tu e o teu marido têm já a minha admiração. Um beijinho para os dois
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