quinta-feira, 7 de junho de 2012

Já faz um ano :)


No ano passado por esta altura, estávamos a contar as horas que faltavam até conhecermos as nossas filhas!
Não havia sono, nem cansaço...mas uma ansiedade enorme e ao mesmo tempo medo!Medo que elas não gostassem de nós; medo que a adaptação não corresse bem...
Lembro-me do quanto me custou a adormecer nessa noite, e de como de manha muito antes do despertador tocar já eu estava acordada...

A manhã custou a passar... deu para pintar o cabelo, para vestir e despir todas as roupas que experimentei, porque nenhuma me parecia ser a melhor escolha... o almoço que ficou quase todo no prato... e finalmente eram 13h do dia 7 de Junho!Já não aguentávamos mais e resolvemos sair de casa e seguir até a instituição devagar, devagarinho... e sem trocar uma palavra. Cada um perdido nos seus pensamentos. Apesar dos 40km de distancia a verdade é que a viagem não demorou mais de 20 minutos...ás 14h30 tínhamos hora marcada com a responsável para saber mais sobre as nossas filhas e para tirarmos todas as nossas duvidas. Elas só chegariam 1hora depois...

 Lembro-me tão bem como se fosse hoje, quando elas entraram pela sala e interromperam a nossa conversa...não era suposto terem chegado tão cedo, nem nós estarmos ali... por isso ficámos todos a olhar uns para os outros...lembro-me do meu marido a certa altura se levantar e ir ter com as meninas(agora sei que reconheceu a pequena pelo olhar, pela foto que tinhamos delas) e de eu continuar sentada ainda meio anestesiada...até que alguém me diz que eram elas, as minhas meninas, as minhas filhas...levantei-me e dei um abraço na mais pequena e depois na mais velha e apartir dai não me recordo de muita coisa. Lembro-me de ter paralisado quando ouvi pela 1ª vez a voz delas a chamarem-me de mãe...de saírmos sozinhos com elas para lancharmos ao fim de 1 hora, porque a adaptação tinha sido imediata e não era preciso esperarmos pelo dia seguinte, lembro de no regresso as minhas filhas pedirem para eu lhes dar banho e depois para ficarmos para o jantar...e de como foi dificil a hora de ir embora.
 Dia 9 de Junho logo as 9h, fomos buscá-las! Parece que as estou a ver a correr na nossa direcção assim que o nosso carro apareceu na rua e a gritarem MÃE!PAI! :)

Já passou um ano desde que sou mãe...as vezes ainda vou ao quarto delas ver se é real, se de facto não sonhei...tinha muitas duvidas no inicio, receio de ser má mãe, de não saber entender o que elas precisavam....mas com o tempo vi que há coisas que não são ensinadas, mas que as sentimos quase que por magia...e hoje ao fim de 1 ano, já as conheço tão bem! Cada olhar, cada gesto, sei quando algo as preocupa e isto constroí-se a cada dia, porque não foi só a vida delas que mudou...a nossa também. E não é por nunca as ter sentido na minha barriga que as sinto menos minhas ou que sou menos mãe :)
 Não tenho duvidas que elas não nasceram de mim... mas para mim! Se fossem nossas filhas biológicas, talvez não fossem tão parecidas connosco... e se duvidas existem, dia 9 de Junho de 2009  fiz o teste de gravidez do nosso 1º tratamento, negativo assim como o segundo feito em Setembro do mesmo ano... e precisamente 2 anos depois fomos buscar as nossas filhas! Isto dá que pensar...

E para comemorar, nada melhor que ir para um dos nossos sitios favoritos à beira mar aproveitar o fim de semana prolongado :)

Bom resto de semana ...



2 comentários:

  1. Amiga, tou aqui a chorar... de emoção, de felicidade de te ler, de quase conseguir sentir o que dizes ter sentido e sentes. Eu que tive o meu filho na barriga, sei que não é isso que nos faz mães e filhos, não é... é o ver aquele olhar pela manhã, sabes? Aquele olhar que tu vês nas tuas filhas com a mesma nitidez que eu vejo no meu filho, são os nossos filhos sem rótulos de infertilidade e/ou de adopção... os nossos filhos apenas! Aproveitem muito bem o fds! Beijoca

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  2. Lindo e comovente. Claro que serás uma excelente mãe e se alguma vez tiveres dúvidas, não te apoquentes, porque eu tive muitos momentos em que me interrogava se estava a agir bem, se estava a fazer o melhor para os meus filhos, acredito que entre tu e eu não exista diferença. Somos mães mas somos seres humanos, logo podemos errar, mas quando há amor e tu deves ter muito amor pelas tuas filhas, tal como eu tenho pelos meus dois filhos agora homens.

    Um beijinho minha querida se precisares de alguma coisa, aqui tens uma amiga, com idade para ser avó das tuas meninas.

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